sexta-feira, 31 de julho de 2009

AMOR

”... sejam gentis, cuidem-se, se tiverem que cair, caíam para o lado da Sorte!”

O Pavilhão Atlântico rendeu-se, esta quinta-feira à noite, aos pés de Leonard Cohen...

Há 20 anos atrás...

Não me recordo, mas penso que foi ao final da tarde que te vi a primeira vez. Não interessa, o momento tenho-o gravado dentro de mim, nunca desapareceu. Estava à porta do café de S. Lázaro no Porto com aquela que viria a ser a madrinha do meu filho, quando te vi, vestido de preto, alto, de barba, diferente. Os olhos mais doces que vi até hoje num homem, o sorriso mais meigo, amei-te…

Naquele momento a terra tremeu, porque te senti grande, enorme de alma e de corpo, senti que não te fui indiferente e afinal éramos da mesma turma, do mesmo curso. Tinhas já uma fragilidade que me comovia, frágil, sensível e aparentemente tudo em ti era grande, forte, como se nada te pudesse fazer ruir. Mas, dentro de ti havia uma absoluta tristeza, atrevo -me a dizer que só eu a conseguia ver…

Vou tentar contar esta história sem personagens, sem lugares, motivos, apenas os factos e de como se pode perder uma vida. Nem sempre escolhemos o melhor caminho, isso já sabemos, também percebemos que só mais tarde com a maturidade é que vemos claramente o que correu mal, embora nem sempre tenhamos resposta para os contínuos porquês… Os anos, oferecem de bandeja a maturidade e foi o que aconteceu, mas tu continuas frágil, perdoa-me se assim o sinto, se assim o continuo a sentir.
Talvez seja mais fácil para mim pensar que continuas frágil, talvez seja a resposta ao porquê, o porquê para caminhos divergentes.

“Eternamente tu”, dizes ainda hoje, como a canção: - Jorge Palma a cantar que não há passos divergentes para quem se quer encontrar. Os nossos passos são divergentes, só o amor não, os caminhos não são os mesmos, embora teimes em dizer que o teu caminho será sempre o meu caminho. Não percebo como.
Adiante, conhecemo-nos naquela tarde de há vinte anos e fomos juntos ao café de S. Lázaro, senti-te ficar para trás, senti que me olhavas, senti que dali para a frente tu ias fazer parte da minha história de vida. Só não sabia as lágrimas que ia derramar, as cedências que ia ter que fazer, as fugas que ia ter que inventar, não sabia que ia ter que arranjar maneira de povoar o meu caos com amor para ter forças para caminhar.
Há milagres no amor? Gostava de acreditar que sim, mas nem sempre o amor pode tudo, e nem sempre os milagres são possíveis de acontecer, a vida acontece todos os dias mas os passos somos nós que os temos que dar em direcção àquilo que alberga o peso maior do nosso coração e do que construímos.





Sim, em resposta a este vídeo te digo amo-te hoje e sempre

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Realidades...

"Dizem que amor impossível é aquele em que pelo um dos parceiros é comprometido com outra pessoa e que existe aquilo que se chama um triângulo amoroso. Eu não concordo com isso, impossível é o amor que já não consegue existir numa relação por muito que ela se mantenha como fachada. Os parceiros de um amor vivem um amor possível independentemente de terem uma outra relação oficial onde aí sim o amor é já impossível. Os amantes numa relação dita extra-conjugal vivem amores possíveis porque o amor existe ao contrário das suas relações estagnadas onde o amor já se tornou impossível.
O amor pode ser impossível onde não se questiona por ser oficial. E o amor é bem possível onde menos se admite que possa existir só porque não é oficial."


Pois bem, encontrei este ponto de vista, a propósito dos amores impossíveis, e se o meu amor está vivo, é possível, porque ele existe. Há lados que vivem uma vida inteira sem amor, sem o amor entre um homem e uma mulher, esse a que eu chamo de amor puro, mas funciona... funciona porque existe um passado, filhos, momentos de luta e de até AMOR, vivências partilhadas, bens em comum, família de ambos os lados que partilham afectos, carinhos, deveres, gratidão, um local que os viu passar a vida toda, e funciona... não é uma ilusão, é a realidade. O peso da realidade desse mundo, é tão grande, que o amor puro, tem que ficar guardado na caixinha cor-de-rosa, com um lindo laço, envolta em pétalas de mil cores, guardado no local onde se escondem os sonhos, guardado no coração, porque a realidade tem que continuar a funcionar em prol do peso de uma vida onde queiramos, quer não, existiram e existem afectos, respeito e carinho. Porque quando assim não é, a realidade encontra outros caminhos...
Perdoa-me meu amor, mas eu sei que a tua realidade pesa mais que o nosso amor, eu sou uma borboleta, do teu lado são muitas borboletas e duas delas são a tua riqueza e o teu sangue.

Sim, AMO-TE!

P.S - Como as estrelas amam o céu...

terça-feira, 28 de julho de 2009

ACREDITAR

MAS O MEU AMOR NÃO É IMPOSSÍVEL, O MEU AMOR EXISTE E É NISSO QUE EU QUERO ACREDITAR
PORQUE...

SÓ O SONHO FICA, SÓ ELE PODE FICAR...


P.S - este post também é para ti amiga leitora... vem e chora comigo...


Impossível? Tarde de mais?

Hoje estou assim...

Eu vivo de um amor impossível
De um abraço impossível
De um beijo impossível.
Eu vivo de te tocar nos meus sonhos
E no mais profundo de mim
Sentir seu calor,
Sentir seu corpo contra o meu
Trazendo essa emoção
Que palavras não sabem dizer.
Eu vivo dessas viagens irreais
Onde só estamos nós dois,
De mãos dadas,
Com toda a beleza desse sentimento
Que me faz bem e mal ao mesmo tempo.
Eu vivo desse amor,
De você,
De impossibilidades
De ver estrelas ao seu lado.
Tudo isso
Porque você chegou na minha vida
Tarde demais.

Letícia Thompson

EU

Eu já vi as estrelas mais lindas e o céu mais negro... ao teu lado,
Não, os nossos abraços e beijos não são impossíveis e ainda vivemos de mãos dadas,
Vivo de um amor impossível? Ou de impossibilidades?
Vivo das viagens onde estamos só os dois e de tocar nos nossos sonhos mas,

Será que chegámos tarde demais? Ou foi sempre tarde demais?



E por falar em amores impossíveis...

"O que torna os amores impossíveis mais bonitos é justamente a impossibilidade. Esta atrai.
A dificuldade nos impulsiona, nos motiva. Exatamente como o perigo. As pessoas gostam de se medir às dificuldades porque têm necessidade de provar que são mais fortes. Assim, quanto mais difícil, mais o amor parece ser grande, excepcional e único. E quem não quer viver algo grande, excepcional e único?!
Num amor impossível cabem todos os sonhos, todas as perfeições, o mínimo detalhe é idealizado. Colocamos na nossa cabeça que aquela pessoa é exatamente o que esperamos da vida, mesmo se tudo parece contra. Ele fica pra sempre, mesmo se outros amores vêm e vão depois... e deixa aquela sensação de inacabado que nos persegue pra sempre.
Creio que no quebra-cabeças da vida é aquela pecinha que fica faltando para completar o todo. E mesmo se as noventa e nove outras estão lá, é aquela que falta, só aquela que deixa aquela dorzinha estranha que a gente não sabe definir, mas que sente de forma tão nítida e clara.
Acontece de um amor impossível tornar-se possível e isso quase sempre rouba a magia do sentimento. Inconscientemente muitos sabem disso, o que leva pessoas a preferirem viver um impossível que dá satisfação que um possível que pode abrir os olhos para a realidade. Porque uma vez que o amor torna-se possível, acaba a expectativa, acaba o sonho... e o homem foi feito pra ter sonhos, pra esperar por eles! O que explica o porquê de uma pessoa amar outra pela eternidade e nunca se declarar, de certos amores virtuais preferirem continuar no virtual.
Um amor impossível pode marcar uma pessoa mais que toda uma vida vivida ao lado de outra. E no outono da vida, quando o passado se faz mais presente que o próprio presente, é aquele amor que vai fazer brilhar os olhos e lembrar ao coração que ele ainda bate.
O impossível é belo!... como o arco-íris, o horizonte, o céu, o infinito!... que mantém acesa a chama no coração do homem e o faz sentir-se vivo."

Letícia Thompson

Sim, mas a verdade é que eu preferia concretizar este meu amor impossível, mesmo correndo o risco de ele acabar, morrer...
Ah! Cá dentro de mim, eu sei, não ia morrer, este amor ia envelhecer calmamente olhos nos olhos, mãos nas mãos, porque quando as metades se encontram, elas percebem que se completam para a vida. De cada vez que te ouço, como neste momento exacto em que acabei de falar contigo ao telefone, eu sei, de cada vez que te ouço, ouço a voz do meu homem, o homem que amo. Não é a voz do meu marido, do meu namorado, do meu esposo, não, é a voz do meu homem, da minha metade. E mesmo impossível, mesmo que a vida nos empurre para bem longe um do outro, que o meu mundo gire para outros mundos, eu sei que, tu vais ser sempre o meu homem, o meu grande amor, porque tu és único e eu sou única na tua vida!

Ah! As músicas que me envias... como esta! Eternamente tu...

Sonho de amor




"Só se deve morrer de puro amor!"

Mário Quintana

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Tatuagem

Acho que há coisas que devem mesmo ser acabadas para que a vida vá tendo significado, PEÇO-TE ENTÃO, TU QUE POVOAS O MEU SER, PEÇO-TE, EU QUERO QUE ACABES A TATUAGEM E ME ENVIES O DESENHO. ACABA AMOR, ACABA A TATUAGEM, ELA TEM QUE SER TERMINADA POR TI, O DESENHO, A COR, A VIDA, DÁ UM SENTIDO AOS MOMENTOS DA TUA VIDA E DA MINHA VIDA. O que vou fazer com a tatuagem? Termina-a para mim porque há coisas que não precisam de uma justificação para se apresentarem á vida e ao mundo. Há muito que te queria pedir isto mas precisava de ter aquela conversa a olhar-te... para que agora entendas este pedido. Podes finalmente terminar a tatuagem para mim?



sexta-feira, 24 de julho de 2009

Carta aberta para um amor... TU!



Há amores que não morrem, não porque sejam amores impossíveis mas porque não lhes é dada a oportunidade para crescerem, vingarem ou morrerem, então, ficam ali a pairar como sombras, fantasmas, e podem viver assim uma vida inteira. Não sei se acredito em amores impossíveis, apesar de viver um desses. Só que agora, este amor, alimenta-se da dor e não da alegria e da partilha de outrora. Tens o teu mundo povoado por outros mundos, tu amor impossível, que julgas os nossos mundos partidos sem qualquer possibilidade de união.
Ontem fugimos os dois para o nosso mundo, há muitos meses que não estavámos juntos, eu tomei a decisão e fui ter contigo... ao teu mundo e ao nosso mundo. Fui chorar a dor contigo e é tanta dor que só ontem me apercebi da dimensão da agonia da tua ausência.
O sol brilhou forte, esteve quente, as cigarras deram-nos uma osquestra e o abraço foi demorado e forte, forte como a dor, forte de tanta ausência e saudade. Vim com as flores roxas e com o teu cheiro impregnado em mim, com três horas de viagem a ouvir esta música que gravas-te para mim e que deixo aqui.
Sim, separados não só pelo peso do passado, do presente mas também por tantos kilómetros.
Não duvido que me amas como um louco mas, nada posso fazer contra o facto de achares que temos mundos partidos e que o teu está tão povoado que lutar por uma vida a dois ia provocar um caos onde não íamos conseguir sobreviver. Talvez tenhas razão mas então porque a vida nos aproximou de novo? Nos deu outra oportunidade, porquê?
Sabes amor, magoou-me o facto de teres dito que percebeste que estavas a viver uma ilusão e que não consegues viver de ilusões, para mim nunca foi uma ilusão mas uma realidade que podia vir a acontecer, mas acho que, o que querias dizer é que não tens estrutura para aguentar o que viria e que te estavas a iludir ao pensar que sim. Não te culpo de nada, faria tudo igual, apesar da dor, amar-te é dos mais belos tesouros que tenho na minha vida. E o amor é isto, é amar simplesmente sem esperar nada em troca, porque no amor não há trocas, há afectos, carinhos, amizade, loucura, paixão, desejo. Amar é libertar o outro para que ele possa ser feliz por isso fui ter contigo, para vivermos uns momentos de paz um com o outro, para que eu consiga libertar-te do peso do nosso amor. Fui falar sobre a verdade e fui chorar no teu colo, só a verdade liberta, tinha que te dizer o que disse, tinha que te mostrar o sofrimento para te libertar do peso da minha dor. Escolheste o caminho que tinhas antes, e se assim foi, é porque ele tem um peso muito grande, é porque não te podes libertar do teu passado, é porque de alguma maneira essa vida funciona e tem mais peso do que este amor. Eu compreeendo, a sério que compreendo, o que não sei é como viver com este vazio, com a frustação de nunca teres conseguido lutar por mim, com a falta da metade, tenho medo de viver neste perfeito vazio, é disso que tenho medo. Não temo enfrentar os reveses da vida, temo sim, é o vazio que me consome diáriamente, mas compreendo que talvez não fosses capaz de viver com a culpa de provocar o caos na vida de quem está ao teu lado. Mas sabes amor, ontem quando me disses-te, vem, anda ver o caos, e olhei para o amontoado de pedras que o rio arrasta com a força da corrente, percebi o caos que esta ruptura fez em mim. No entanto lá no meio do caos, estava uma arvorezinha pequena, frágil, quebrada mas teimosa, se calhar no próximo inverno, quando a força da água e das pedras avançarem para ela, talvez, talvez, ela não resista e se deixe levar pela corrente. Ou, talvez não, talvez aquela arvorezinha frágil consiga resistir, porque a bem da verdade, aquela arvorezinha parece o nosso amor, frágil, muito frágil, frágil como tu, mas ao mesmo tempo tão forte que nem o caos o consegue levar...
Amo-te apenas e só!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Rendo-me!

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

quarta-feira, 8 de julho de 2009

tocou o sino da torre?

Era uma vez uma menina e um menino, lindos, ela tinha tantos sonhos, ele medos e perguntas nas mãos, ela procurava a luta, ele não tinha respostas para lhe dar, mas gostava dos sonhos dela, sonhava com os sonhos dela…
A menina sabia bem lá no fundo, que nada podia esperar, o menino sabia que bem lá no fundo nada tinha para lhe dar, o menino sabia que a menina esperava o mundo, e ele gostava…
Mas o velho dos contos disse-lhe uma vez, menina, não encubras a verdade porque no fim só vais sentir desengano!
A menina está agora sentada na areia e as lágrimas caem perante os olhares de quem passa, ela sente que os lírios de que tanto gosta ainda teimam em não murchar, apenas estão inertes, adormecidos, estão à espera dos sonhos.
De repente sente que bem lá longe o sino da torre tocou e ela estremeceu… estou a sonhar, pensou, ouvir o sino da torre, como? Está tão longe…
Mas ela ouviu o sino dentro dos sonhos que tem guardados…
Abriu o livro e leu: “ o mundo das explicações e da razão não é o da existência” , hum, Jean Paul Sartre, até tens razão… então porque deixámos voar os sonhos? Onde está o menino?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pina Bausch

Hoje falo em nome da amizade... do grande amor e carinho que tenho por ti minha amiga
Do tanto que me tens ajudado neste meu silêncio e neste perfeito vazio...
Para ti minha amiga, que choraste com a partida dela...

Pergunto...


QUANDO CHEGAS?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Procura-me nas flores amarelas e roxas...







"Ela adivinha o quanto ele a deseja. Consegue sentir o seu desejo no modo como respira ou faz uma pausa na tarefa de rachar a lenha para poder olhá-la simulando olhar o horizonte. É uma tarde quente de fim de verão. O tojo e a urze, na encosta, não perderam ainda as flores amarelas e roxas. Não há uma nuvem. Esse grito e esse som da lâmina a atravessar os paus de lenha, quebram o silêncio...".

"Prazer e o Tédio"
José carlos Barros